quarta-feira, 11 de maio de 2011

Alone

- Ando devagar, pois eu sei que não vou chegar a lugar algum. Rodeada por dezenas de luzes, olhos, sons, cheiros e pela umidade deixada pela chuva mais cedo. E, ainda assim, estou sozinha. Eu não tenho ninguém. É curioso que posso ser filha, irmã ou amiga, mas continuo sendo apenas minha. Não pertenço a ninguém. Porque não importa quantas pessoas andam ao meu lado: Elas não sentem a minha angústia. Talvez possam me ouvir, mas não podem sentir o que eu sinto.
..Há dias não ouço músicas. Elas costumavam me fazer bem, como se me compreendessem. Mas não passa de uma ilusão - eu ainda estou aqui. Continuo andando, sozinha. Não há cantor, letra ou melodia que me dê a mão e caminhe comigo. Recentemente eu tive um sonho. Um fogueira, um violão e pessoas sentadas juntas. Todas elas eram iguais a mim. Mas eu não estava entre elas. Eu as observava, distante, querendo fazer parte daquilo.
..Um dia alguém me abraçou e disse que estaria comigo para sempre. Naquele momento, eu pensei que poderia ser feliz, que toda a minha dor seria menor porque se dividiria em dois. Então descobri que estava enganada. Eu o mandei ir embora. Talvez tenha sido uma péssima escolha, mas eu estava decepcionada. Eu ainda não entendera que o amor não preenche, apenas acrescenta. E continuo despedaçada. Mas eu não quero mais as músicas, não quero mais aquele amor, não quero o que o mundo despeja sobre mim.
..O que eu desejo não pode ser ganhado, comprado ou negociado. Eu preciso encontrar, aqui dentro. Uma parte de mim que me faça sorrir e apague as minhas dores. Preciso redescobrir-me. Só então eu poderei ser feliz - quando não precisar de ninguém além do que eu já tenho. Porque a verdade é que o único coração do qual eu posso ser dona é meu. Eu continuo andando lentamente, e espero que a manhã me traga sorrisos.

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